Aerominas: Ex-Ministro Gandra acredita em "crise militar"

sábado, março 31, 2007

Ex-Ministro Gandra acredita em "crise militar"


Para o brigadeiro da reserva Mauro Gandra, ex-ministro da Aeronáutica, a greve dos controladores de vôo na sexta-feira tem reflexos mais profundos do que os atrasos provocados em todos os aeroportos do País neste sábado. Gandra acredita que o motim representa uma "crise militar", que não será resolvida tão cedo.


"Quando se quebra a disciplina e a submissão nas Forças Armadas, você perde a autoridade. A própria convivência desses controladores com seus chefes será difícil a partir de agora", afirmou o ex-ministro, em entrevista por telefone.
Gandra defende a desmilitarização dos "militares insubordinados" que participaram da greve de sexta-feira e espera que o "crime" seja apurado pelo Ministério Público Militar e punido.
O militar comentou, ainda, a decisão do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que está nos Estados Unidos, de suspender na sexta-feira a prisão de 18 controladores de vôo que participaram do motim.


Gandra mudou sua forma de analisar a questão de desmilitarização da atividade de controlador aéreo:


"Eu mudei de opinião com relação a isso. Quanto mais cedo eles (grevistas) puderem passar para civis, melhor seria, porque eles não merecem usar a farda que usaram nossos heróis na Itália e os inúmeros militares que morreram na defesa da nossa nação."


Quanto ao prazo para solução desta crise, o ex-ministro foi conclusivo :


"Isso não é rápido. Estamos falando de US$ 7 bilhões em equipamentos que deverão ser divididos. O País é pobre. Vamos comprar mais 26 radares? Esse processo passa por duas etapas: a primeira é tirar esses militares insubordinados da ativa e passá-los para civis. Outra são os equipamentos, que terão de ser divididos. Uma migração dessa pode levar de cinco a dez anos."

Redação Terra