Aerominas: TAM prefere Boeing

quinta-feira, junho 21, 2007

TAM prefere Boeing



A TAM vai adquirir mais quatro aviões da americana Boeing do modelo 777-300ER, que atualmente é o maior jato com dois motores para vôos de longa distância. A compra vale entre US$ 948 milhões e US$ 1,06 bilhão de acordo com os preços de tabela da fabricante, mas, na prática do mercado, o valor costuma ser inferior ao oficial. Até 2012, a TAM terá oito aeronaves da Boeing e mais 135 da fabricante francesa Airbus.

Os 777-300ER da TAM serão utilizados nas rotas internacionais de longo curso e podem transportar até 370 passageiros. Têm uma capacidade bem maior, portanto, do que os aviões que a companhia aérea utiliza hoje nos vôos mais longos, como o Airbus 330, com cerca de 225 lugares, e o MD-11, com 289 assentos.

Os aviões maiores devem garantir à TAM um custo de operação proporcionalmente menor em relação às aeronaves utilizadas atualmente. Por outro lado, uma frota composta por equipamentos de diferentes fabricantes gera alguns custos adicionais de manutenção. Conforme avaliação do consultor André Castellini, da Bain & Company, as projeções de crescimento da aviação no segmento internacional justificam a escolha por aviões de maior parte. Além disso, segundo ele, os 777 são de uma geração mais nova do que os modelos como o A330 e têm uma vida útil maior. A Bain presta serviços de consultoria para a TAM.

A companhia brasileira já havia anunciado a aquisição de quatro 777-300ER em novembro do ano passado e o pedido já incluía a opção de compra para mais quatro, negócio que acabou sendo confirmado ontem, durante a feira internacional de aeronáutica Le Bourget.

Ao decidir comprar da Boeing, a TAM quebrou o histórico de exclusividade que mantinha com a Airbus para a compra de aviões novos e acirrou a disputa entre as duas fabricantes. Na ocasião, a empresa francesa não conseguiu atender os prazos de entrega exigidos pela companhia aérea. A Boeing ofereceu a entrega dos primeiros quatro 777 a partir de 2008 e, até lá, está alugando três MD-11 para a TAM que devem ser devolvidos no ano que vem.

A TAM, atual líder de mercado, vem buscando expandir suas operações internacionais, aproveitando-se do crescimento do mercado e do espaço que foi deixado pela Varig em meados de 2006.

Ontem, a empresa participou da licitação da Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) para conseguir operar cinco vôos por semana para a cidade de Frankfurt, na Alemanha. A Anac, no entanto, pôde incluir apenas três freqüências no processo, porque a VarigLog obteve um mandado de segurança impedindo a inclusão de duas freqüências. A empresa, especializada em transporte de cargas, argumenta que as duas freqüências não poderiam ser destinadas ao transporte de passageiros conforme o acordo bilateral entre Brasil e Alemanha. A Anac, em comunicado distribuído ontem, informou que decidiu alterar a natureza das freqüências para compensar a redução na oferta de vôos para passageiros que ocorreu na rota.


Redação Valor Economico